quinta-feira, 17 de março de 2011



Cena Joane O parvo



Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo o percurso cénico da personagem, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.

Vem Joane, o Parvo, e diz:
PARVO: Ó barqueiro, onde estais?
DIABO: Quem chama?
PARVO: Eu, encornado.
DIABO: Ó, seu aparvalhado.
PARVO: Deves querer levar um estalo.
DIABO: Não me interessa o que dizeis, entrai e apreciai.
PARVO: Era nabo se entrasse nesse tipo de batéis...
DIABO: Se ali não entrais levareis chicotadas até mais não.
PARVO: Ai não entrarei!
DIABO: Pois, isso é que vamos ver se passarás novamente.

Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO: O barqueira, aonde estais?
ANJO: Que me quereis?
PARVO: Entrar, pois.
ANJO: Entrareis, pois, se mereceres.
PARVO: Entro aos pulos, ou de cabeça.
ANJO: Que paciência!...
PARVO: Então vamos lá.
ANJO: Lá aonde!
PARVO: Dá-me um beijinho.
ANJO: Parvo!
(Anjo/Diabo: que personagem tem a última palavra e qual a sua decisão?)
Entrou pois era um homem simples justo e honesto.

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